Ordens do Amor

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Pertencimento

Esta ordem do amor considera que todos os membros do grupo familiar permanecem nele, mesmo além da morte. O grupo familiar inclui os vivos e os mortos, de várias gerações. Se um membro se perde no grupo familiar porque foi excluído ou esquecido, existe uma força irresistível para restaurar sua integridade. Faz com que o membro perdido seja revivido e representado por outro mais jovem através de uma identificação. É um processo inconsciente e recai sobre crianças que surgiram depois. Membros inocentes são induzidos a responder por membros culpados como uma pressão irresistível para restaurar a integridade perdida e compensar a injustiça cometida. A compensação positiva acontece quando os mais novos aceitam e honram os mais velhos, apesar do que tenham feito de bom ou de mau no passado, desta forma os excluídos recuperam o direito de pertencer e em vez de nos atemorizar, abençoam-nos. Todos se sentem inteiros e plenos.

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Ordem

Existe uma hierarquia temporal que deve ser respeitada. Quem vem primeiro tem precedência. Estes lugares precisam de ser respeitados sem julgamento ou valorização, apenas devem ser percebidos como são. Os pais estão primeiro que os seus filhos, o pai, em seguida a mãe e depois os filhos. O fluxo do dar e receber não pode ser invertido ou mudado de direção. Os filhos subordinam-se aos pais. Os pais dão a vida aos filhos, faz parte da ordem do amor que o filho tome a vida tal como os pais a dão e que tome os seus pais, como eles são, sem outro desejo ou recusa ou medo. É um acto de humildade este assentimento à vida e ao destino, a tudo que haja de leve e de pesado na família. Um exercício que confirme a aceitação da ordem é o de nos ajoelharmos diante do nosso pai e da nossa mãe, estendendo as mãos com as palmas voltadas para cima e dizermos: “Eu presto homenagem pelo presente da vida. Eu tomo-te como meu pai, sou o filho certo para ti. És grande e eu sou pequeno, eu tomo-te como meu pai.” Quem realiza este acto internamente fica em paz consigo mesmo e sente-se certo e pleno, mas se ocorre a recusa por receio de aceitar algo de mau, por exemplo, alguma deficiência ou culpa do pai ou da mãe, esta pessoa fecha-se a receber o lado bom dos pais e não aceita a vida na sua totalidade. Quem rejeita os seus pais rejeita-se a si mesmo, sente-se vazio e irrealizado. Quando o filho não respeita a hierarquia, ele castiga-se com o fracasso e o declínio, sem tomar consciência da culpa e da conexão. O filho presunçoso julga que está certo mas como fere a ordem do amor paga o preço com sua infelicidade.

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Equilíbrio

Tudo na vida está em equilíbrio entre o dar e o receber, tanto para coisas boas como para más. Numa relação de casal, por exemplo, se o marido deu algo bom e a mulher retribui também com algo de bom, sem ultrapassar a compensação, passa a ter equilíbrio para iniciar outra ronda de trocas. Se um se limitar a receber e o outro, apenas a dar, pode perder a vontade de dar, como o outro também de só receber. A medida de quem dá deve ajustar-se à medida de quem recebe e vice-versa. Quando um parceiro fere, magoa, trai o outro, a vítima precisa fazer ao outro algo que traga dor semelhante ou exigir algo difícil dele. Mas, se a vítima for boa e não conseguir ser má, não existe compensação e a relação fica ameaçada. No entanto, se a vítima faz uma afronta do mesmo tamanho ou um pouco menor, a ordem do amor pode ser restabelecida e a relação retomada e continuada. Mas, se insistirem na troca ‘má’, o caminho será a desgraça. O sucesso de uma relação ocorre se conseguirem transformar uma troca ‘má’ numa troca ‘boa’, incrementada de muito amor.